Jovem se comunica em língua de sinais com senhora surda de meia-idade sentadas no sofá.

Para celebrar o Dia Nacional da Educação de Surdos, convidamos você a

conhecer mais sobre a importância da Libras, a língua brasileira de sinais.

 

Em 23 de abril, celebramos uma data fundamental para a inclusão no Brasil: o Dia Nacional da Educação de Surdos, que também representa as conquistas e desafios    enfrentados pela comunidade surda brasileira. Um grande avanço nesse sentido foi a lei de 2002 que reconheceu Libras como meio legal de comunicação e expressão das comunidades surdas no Brasil. Depois disso começaram os cursos de Licenciatura em Letras Libras. Quer saber como funciona o curso Letras Libras na Uninter? Então, acompanhe este post até o fim.

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Como surgiu a educação para pessoas com surdez? 

A educação de surdos é mais do que ensinar a língua de sinais. Tem como missão a sua inclusão social, capacitação para o mercado de trabalho qualificado e seu protagonismo de vida.

Se voltarmos na história, a luta da comunidade surda para conquistar seus direitos foi árdua. Na Grécia, por exemplo, os surdos eram considerados seres incapazes, desprovidos de direitos legais e eram condenados à morte.

Lembra do filósofo Aristóteles? Pois bem, para esse, que é considerado um dos maiores pensadores de todos os tempos, a pessoa com surdez era incapaz de aprender, uma vez que só era possível atingir a consciência humana pela audição.

Foi só na Idade Moderna que a sociedade passou a enxergar os surdos de outra maneira, com as estratégias do monge Ponce de Léon, considerado o primeiro professor de surdos, que usava, na França, o método de datilologia (alfabeto manual) e oralização. Acontece que, nessa época, apenas as crianças surdas de famílias nobres recebiam essa educação.

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Quando esse cenário começou a mudar? 

A França teve um papel fundamental na educação de surdos. A primeira escola para esse público foi fundada lá, em 1799, por Charles l’Epée. Até então, a sociedade começava a evoluir na educação de surdos, mas um evento fez com que essas políticas regredissem: o Congresso de Milão, em 1880.

Esse foi considerado um marco negativo, uma vez que reuniu médicos e professores, que priorizavam a audição e a fala, e afirmavam que a educação deveria ser pautada no oralismo: ensinar surdos a falar. Como resultado, houve a proibição do uso das línguas de sinais por mais de 100 anos. Foi a ditadura do oralismo. Acreditavam que a educação e socialização dos surdos, teria que ser pela oralização.

Esse cenário começou a mudar por conta de uma série de eventos. Acompanhe alguns deles na linha do tempo:

1856 – Criação, no Rio de Janeiro, do Colégio Nacional para Educação de Surdos Mudos, pelo surdo francês Eduard Huet, apoiado pelo imperador Dom Pedro II. Atualmente é chamado INES Instituto Nacional de Educação de Surdos. Foi a primeira escola de surdos no Brasil e América Latina.

1960 – William Stokoe realiza o primeiro estudo linguístico da língua de sinais americana comprovando que é uma língua completa, como as línguas orais. (American Sign Language ou ASL)

1980: movimento Deaf Power, nos Estados Unidos, garante às pessoas com surdez o direito de ter uma língua própria e de serem tratados como diferentes, e não deficientes.

2002: Promulgada a Lei 10.436, a Lei de Libras, que reconhece a Libras Língua Brasileira de Sinais  como meio legal de comunicação e expressão dos surdos no Brasil.

2005 – Decreto nº 5626, conhecido como Decreto Lei de Libras, que regulamenta a Lei de Libras.

2010: Lei n° 12.319 regulamenta a profissão de tradutor intérprete de Libras.

2021: Lei n° 14.191, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) assegurando a oferta da educação bilíngue, Libras Português, para estudantes surdos, desde a educação infantil.

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Quando Libras passou a ser adotada? 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), 5% da população brasileira é composta por pessoas com surdez, ou seja, são mais de 10 milhões de cidadãos surdos no Brasil. Portanto, é preciso que as políticas públicas brasileiras incentivem a formação de professores proficientes em Libras, disponibilizem intérpretes de Libras nos ambientes públicos, de modo a promover a acessibilidade de comunicação e informação para os surdos, e incentivem o ensino da Libras para ouvintes e surdos, mediante a criação de escolas bilíngues Libras Português.

Por isso, no dia seguinte ao Dia Nacional da Educação de Surdos, é comemorado Dia Nacional da Libras,  quando foi aprovada a Lei 10.436, regulamentada em 2005 pelo decreto Lei de Libras. A Libras passou, então, a ser disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores, pedagogos e fonoaudiólogos.

 

Libras é uma língua ou linguagem brasileira de sinais?

Libras não é uma linguagem, mas uma língua! Uma vez que tem estrutura gramatical própria, regras e estruturas sintáticas, semânticas e pragmáticas definidas.

Lembra dos franceses? Pois é, a nossa Libras tem origem na língua de sinais francesa. Como em todas as línguas, na Libras também existem os regionalismos próprios das diferentes regiões do Brasil, mas que não prejudicam a comunicação, visto que a Libras se dá em contexto.

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Como funciona o curso de Letras-Libras na Uninter? [H2]

Graças ao avanço das políticas públicas, mesmo que tardias, o mercado voltado à comunidade surda brasileira está em expansão. Para além do contexto da educação, já temos, por exemplo, peças teatrais e exibição de filmes com a participação de tradutores intérpretes de Libras. Aliás, o filme “Coda”, vencedor do Oscar de 2022, só vem a contribuir com a cultura surda.

Ah, e se você acompanha os eventos da Uninter, também pode perceber que sempre há intérpretes de Libras presenciais ou na tela da transmissão.

Portanto, existe uma crescente demanda por profissionais do ensino proficientes em Libras. E é aqui que entra o curso de Licenciatura em Letras-Libras da Uninter.

Com essa graduação, você poderá atuar em diferentes áreas, promovendo a inclusão social da comunidade surda do Brasil e contribuindo para o desenvolvimento da sociedade brasileira, como um todo.

Para se inscrever no curso, é só acessar aqui.

E antes de irmos embora, acompanhe na sequência um vídeo pra você se ambientar com a Licenciatura em Libras-Letras da Uninter:

 

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Até mais!